Alerta de Robert Greene: Mundo Público x Mundo Privado

Alerta de Robert Greene: Mundo Público x Mundo Privado

Alguns anos atrás, não lembro exatamente onde ou como, escutei alguém falando que o “Big Brother” só foi original na sua primeira edição e nas demais edições, não foi mais um reality show, porque cada participante incorporava um personagem, uma persona própria definida por estratégias e voltada para o jogo e atenta às possíveis reações do público que eram imaginadas conforme seus atos e os eventos se desencadeavam.

Me fez pensar em um paralelo com nossa vida até que ponto estamos no modo público mesmo nos nosso ambientes privados, quando postamos nossa vida e nossa “casinha instagramável” até que ponto estamos sendo verdadeiros conosco e com a nossa audiência de Big Brothers em que imaginamos suas reações não ditas.

Se algo não tiver o devido apelo estético para nossa audiência e pelos nossos padrões é melhor nem postar;

Robert Greene tem essa fala sobre o livro: Fall of Public Men - Richard Sennett. A partir do livro, Greene, assume que antigamente existia uma separação entre o público e o privado, de forma que era um consenso existir uma espécie de máscara pública, que depois era tirada no ambiente privado, gerando alívio causado pela sensação: “Ahhh, agora posso ser eu mesmo!” como se tirasse um sapato apertado.

Afirma o autor que essa divisão entre público e privado permitia uma melhor saúde mental, diferente dos tempos modernos em que não existe mais a divisão entre estes ambientes e há certa confusão também no pensamento das pessoas, o que gera uma série de transtornos e paranóias, como se estivessemos naquele eterno estado de “Big Brother” sempre atentos a reação da nossa audiência.

Claro que é preciso se aprofundar mais no que o Robert Greene tem a passar sobre este livro e sobre a proposta do próprio livro em si, mas já é possível verificar que a cada vez existe menos divisão entre o público e o privado inclusive em nossas mentes.